terça-feira, 26 de julho de 2011

APROVEITE OS RESÍDUOS DAS CEBOLAS

Na União Europeia (UE) geram-se, a cada ano, mais de 500.000 toneladas de resíduos de cebola, o que se converteu num problema ambiental. Os resíduos incluem cascas, camadas externas, raízes e talos, assim como as cebolas que não alcançam o tamanho ideal para a sua comercialização e as danificadas.

No entanto, os investigadores acreditam que estes resíduos poderiam ser aproveitados como ingredientes alimentares. A casca e as camadas externas são ricas em fibras e flavonoides, substâncias benéficas para a saúde humana. Vanesa Benítez, investigadora do Departamento de Química Agrícola da Universidade Autónoma de Madrid, destaca que “a solução poderia passar pela utilização dos resíduos da cebola como fontes naturais de ingredientes com alto valor funcional”.

O grupo de investigação, ao qual pertence Benítez, juntamente com investigadores da Univercidade de Cranfield (Reino Unido), identificou em laboratório as substâncias benéficas e possíveis utilizações de cada parte da cebola. Os resultados deste estudo foram publicados na revista Plant Foods for Human Nutrition. O estudo assinala que a casca, por exemplo, poderia ser utilizada como um ingrediente funcional rico em fibras alimentares (principalmente fibras insolúveis) e em compostos fenólicos, como a quercetina e outros flavonóides (metabolitos das plantas com propriedades medicinais).

Segundo os investigadores, “o consumo de fibras reduz o risco de doenças gastrointestinais, cancro do cólon, diabetes tipo 2 e obesidade”. Os compostos fenólicos ajudam a prevenir doenças cardíacas e têm actividade anti-cancerígena. O alto teor destes compostos na casca e nas camadas externas da cebola também lhes confere elevada capacidade antioxidante.

No que respeita às partes internas das cebolas, assim com às cebolas inteiras que são descartadas, os investigadores propõem empregá-las como fontes de frutanos e compostos de enxofre. Os frutanos são probióticos, ou seja, exercem efeitos benéficos para a saúde ao estimular selectivamente o crescimento e a actividade das bactérias do cólon. Os compostos de enxofre inibem a agregação das plaquetas, pelo que facilitam o fluxo sanguíneo e, no geral, melhoram a saúde cardiovascular. Além disso, modificam positivamente os sistemas antioxidantes e anti-inflamatórios nos mamíferos.

Benítez aponta que “os resultados indicam que seria interessante separar as diferentes partes da cebola que são geradas durante o seu processamento industrial (…) e, assim, poderiam ser utilizadas como fontes de compostos funcionais para adicionar aos alimentos”.

Fonte: QUALFOOD
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