quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

AFETO X OBESIDADE


A relação entre mãe, bebê e alimentação começa logo na gestação e tem influência pelo resto da vida. Afinal, os genes e os hábitos alimentares da família vão ditar as preferências da criança. Mas sabia que afeto entre você e o seu filho também interfere na maneira como ele vai lidar com a comida na adolescência? Tal suspeita foi comprovada recentemente por um estudo publicado na revista Pediatrics, da Academia Americana de Pediatria, nos Estados Unidos.

Segundo a pesquisa, crianças que tiveram uma relação pouco afetuosa com as mães têm duas vezes mais chances de se tornar obesas aos 15 anos. Os pesquisadores sugerem que isso acontece porque em situações de estresse, a criança aprende a substituir a figura materna pela comida.

No estudo, os especialistas acompanharam mil crianças, com idade entre 15 meses e 3 anos, e analisaram o nível de sensibilidade das mães. Isso foi obtido a partir da observação de atividades monitoradas por vídeo. Os cientistas avaliaram a sensilbilidade materna como a capacidade da mãe em reconhecer e atender as necessidades do filho. Eles também observaram se as crianças encaravam as mães como uma base segura e confortável ou não. Nos casos em que a mães não corresponderam aos anseios dos filhos, as crianças se mostraram mais propensas ao estresse e ao acúmulo de peso.

Para a brasileira Maria Emília Albuquerque, nutricionista infantil do Hospital Pequeno Príncipe, em Curitiba (PR), a obesidade pode mesmo surgir nos casos em que a comida se torna um escape. "A criança nesse sentido funciona como os adultos, se ela está estressada ou triste vai procurar algo que lhe dê prazer e a comida é um caminho simples para isso", explica a especialista.

A nutricionista atenta também para os casos em que os pais trabalham demais ou exercem muitas atividades diariamente. Nessas situações, é comum a criança ganhar doces ou fast-food como espécie de recompensa pela ausência, o que pode se tornar um péssimo hábito para os pequenos. "Se funcionar como um prêmio, a criança vai estabelecer um vínculo errado com a comida", alerta.

Fonte: CrescerPartilhar

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